Quando meu irmãoSinho
Maddy Lee enviou-me por
e-mail um
link para o recém-lançado álbum deste estupendo
power trio concluí ser chegada a hora de
postar sua discografia. E aqui estou prestando tributo ao excelente trabalho de
Doug Pinnick (vocal/baixo),
Ty Tabor (vocal/guitarras) e
Jerry Gaskill (bateria/percussão/vocal) e que, apesar de ilustres desconhecidos por esta
terra brasilis, são prestigiadíssimos no meio musical norteamericano, europeu e asiático a ponto de, em recente enquete da
VH1, terem alcançado a 83ª posição dentre as maiores bandas de
hard rock e tendo álbuns como
'Gretchen Goes To Nebraska', 'Dogman' e
'Faith, Hope & Love' ranqueados entre os mais influentes do
rock, de acordo com algumas revistas especializadas.
Tudo começou em finais dos 70 quando, moleques ainda, começaram a fazer trabalhos como
session men em
Springfield, uma pequena cidade de um dos estados mais religiosos dos
EUA, o
Missouri e, após várias alterações no nome e um álbum sob a alcunha
Sneak Preview, chegaram ao singelo
King's X -existem várias versões para a escolha deste nome mas ficaria modorrento enumerá-las aqui.
Com a certeza de que nada aconteceria se optassem por continuar naquele pequeno pedaço de chão perdido no meio do nada, partem para
Houston e, após alguns dissabores, conhecem
Sam Taylor, o homem por trás da
ZZ Top, que, entusiasmado com o trabalho original em todos os sentidos -um
mix de
hard,
r&b,
brit e
indie rock embalado por harmonias vocais incomuns a estes gêneros- empreendido por aqueles jovens e excelentes músicos, decide por alocá-los debaixo de suas asas e logo lhes consegue um contrato com um pequeno selo. E assim nasce
'Out Of The Silent Planet' que, mesmo tendo recebido excelentes críticas, vende menos que o esperado.
Em seguida, no entanto, mandam para as prateleiras
'Gretchen Goes To Nebraska', o álbum que formatou a sonoridade da banda. Para
Jeff Ament, baixista do
Pearl Jam, este trabalho foi o marco inicial do
grunge. Exageros à parte, até porque em nada lembra a sonoridade que costumou-se atribuir ao movimento(?), é um trabalho excepcional. Assim como seu próximo álbum,
'Faith, Hope & Love', onde -apesar de já ser um componente comum em todos os seus trabalhos- dão especial atenção às letras com conteúdo religioso, fazendo com que também passem a frequentar os
gospel charts. Por isso, quase receberam a pecha de
christian rock.
E parecia que tudo estava indo de vento em popa. Afinal, estavam excursionando com
AC/DC e
Living Colour e algumas de suas músicas estavam sendo inseridas em trilhas de filmes. Entre outros tantos sinais de prosperidade, no entanto, as desavenças com
Sam Taylor -naquele instante, considerado um quarto elemento devido à sua influência sobre a banda- começam a ficar piores e, em meio a este clima turbulento, lançam
'King's X' -primeiro pela
Atlantic-, um belo disco mas recheado de letras amargas sobre bases
low e
midtempo que acabou por causar estranhamento entre seu público, ainda em formação. Era chegado o momento de se despedirem de
Taylor e entregarem-se a umas boas e merecidas férias e/ou projetos pessoais.
E esta pequena pausa foi providencial pois, em seguida, lançam
'Dogman', um trabalho bem mais pesado mas mantendo suas principais características -as harmonias vocais sobre bases pesadas e arranjos bem estruturados- e trazendo um
Ty Tabor mais ousado. O resultado foi uma extensa turnê culminando com uma excelente apresentação no
Woodstock '94. Apesar da excelente recepção, este trabalho não satisfez por completo a gravadora -
Atlantic- e em 96 lançam seu último álbum por esta
major,
'Ear Candy'.
Decidem, então, retornar a uma gravadora de menor porte -
Metal Blade- e, já em 98, desovam
'Tape Head'. Já aqui passam a compor em conjunto e determinar quem -entre
Doug e
Ty- cantará o que. Antes, compunham em separado e cada um -ambos excelentes vocalistas- defendia suas próprias composições.
E assim, com tranquilidade, lançaram
'Please, Come Home...Mr. Bulbous' e
'Manic Moonlight', todos excelentes exemplares do
hard rock à
King's X. Para
'Black Like Sunday', resolvem ressuscitar músicas pré-
King's X e regravá-las com novos arranjos e, em alguns casos, novas letras.
Mas como uma banda considerada das melhores em cima de um palco ainda não havia eternizado um registro neste formato? Pois era chegada a hora e, para tanto, todo o
tour de 2002/2003 foi gravado e seus melhores momentos compilados em
'Live All Over The Place', um cd duplo que demonstra plenamente a força dos
kings sobre platéias as mais variadas .
À esta altura, o prestígio de todos os membros da banda é inegável e os trabalhos solo -o mais prolífico é
Tabor que já há algum tempo dedicava-se a seus projetos- tornam-se inevitáveis, sempre preservando e priorizando a banda.