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Jun 08


Quando meu irmãoSinho Maddy Lee enviou-me por e-mail um link para o recém-lançado álbum deste estupendo power trio concluí ser chegada a hora de postar sua discografia. E aqui estou prestando tributo ao excelente trabalho de Doug Pinnick (vocal/baixo), Ty Tabor (vocal/guitarras) e Jerry Gaskill (bateria/percussão/vocal) e que, apesar de ilustres desconhecidos por esta terra brasilis, são prestigiadíssimos no meio musical norteamericano, europeu e asiático a ponto de, em recente enquete da VH1, terem alcançado a 83ª posição dentre as maiores bandas de hard rock e tendo álbuns como 'Gretchen Goes To Nebraska', 'Dogman' e 'Faith, Hope & Love' ranqueados entre os mais influentes do rock, de acordo com algumas revistas especializadas.
Tudo começou em finais dos 70 quando, moleques ainda, começaram a fazer trabalhos como session men em Springfield, uma pequena cidade de um dos estados mais religiosos dos EUA, o Missouri e, após várias alterações no nome e um álbum sob a alcunha Sneak Preview, chegaram ao singelo King's X -existem várias versões para a escolha deste nome mas ficaria modorrento enumerá-las aqui.
Com a certeza de que nada aconteceria se optassem por continuar naquele pequeno pedaço de chão perdido no meio do nada, partem para Houston e, após alguns dissabores, conhecem Sam Taylor, o homem por trás da ZZ Top, que, entusiasmado com o trabalho original em todos os sentidos -um mix de hard, r&b, brit e indie rock embalado por harmonias vocais incomuns a estes gêneros- empreendido por aqueles jovens e excelentes músicos, decide por alocá-los debaixo de suas asas e logo lhes consegue um contrato com um pequeno selo. E assim nasce 'Out Of The Silent Planet' que, mesmo tendo recebido excelentes críticas, vende menos que o esperado.
Em seguida, no entanto, mandam para as prateleiras 'Gretchen Goes To Nebraska', o álbum que formatou a sonoridade da banda. Para Jeff Ament, baixista do Pearl Jam, este trabalho foi o marco inicial do grunge. Exageros à parte, até porque em nada lembra a sonoridade que costumou-se atribuir ao movimento(?), é um trabalho excepcional. Assim como seu próximo álbum, 'Faith, Hope & Love', onde -apesar de já ser um componente comum em todos os seus trabalhos- dão especial atenção às letras com conteúdo religioso, fazendo com que também passem a frequentar os gospel charts. Por isso, quase receberam a pecha de christian rock.
E parecia que tudo estava indo de vento em popa. Afinal, estavam excursionando com AC/DC e Living Colour e algumas de suas músicas estavam sendo inseridas em trilhas de filmes. Entre outros tantos sinais de prosperidade, no entanto, as desavenças com Sam Taylor -naquele instante, considerado um quarto elemento devido à sua influência sobre a banda- começam a ficar piores e, em meio a este clima turbulento, lançam 'King's X' -primeiro pela Atlantic-, um belo disco mas recheado de letras amargas sobre bases low e midtempo que acabou por causar estranhamento entre seu público, ainda em formação. Era chegado o momento de se despedirem de Taylor e entregarem-se a umas boas e merecidas férias e/ou projetos pessoais.
E esta pequena pausa foi providencial pois, em seguida, lançam 'Dogman', um trabalho bem mais pesado mas mantendo suas principais características -as harmonias vocais sobre bases pesadas e arranjos bem estruturados- e trazendo um Ty Tabor mais ousado. O resultado foi uma extensa turnê culminando com uma excelente apresentação no Woodstock '94. Apesar da excelente recepção, este trabalho não satisfez por completo a gravadora -Atlantic- e em 96 lançam seu último álbum por esta major, 'Ear Candy'.
Decidem, então, retornar a uma gravadora de menor porte -Metal Blade- e, já em 98, desovam 'Tape Head'. Já aqui passam a compor em conjunto e determinar quem -entre Doug e Ty- cantará o que. Antes, compunham em separado e cada um -ambos excelentes vocalistas- defendia suas próprias composições.
E assim, com tranquilidade, lançaram 'Please, Come Home...Mr. Bulbous' e 'Manic Moonlight', todos excelentes exemplares do hard rock à King's X. Para 'Black Like Sunday', resolvem ressuscitar músicas pré-King's X e regravá-las com novos arranjos e, em alguns casos, novas letras.
Mas como uma banda considerada das melhores em cima de um palco ainda não havia eternizado um registro neste formato? Pois era chegada a hora e, para tanto, todo o tour de 2002/2003 foi gravado e seus melhores momentos compilados em 'Live All Over The Place', um cd duplo que demonstra plenamente a força dos kings sobre platéias as mais variadas .
À esta altura, o prestígio de todos os membros da banda é inegável e os trabalhos solo -o mais prolífico é Tabor que já há algum tempo dedicava-se a seus projetos- tornam-se inevitáveis, sempre preservando e priorizando a banda.
Mais uma mudança de gravadora, agora a Inside Out, e soltam em 2005 'Ogre Tones', mais uma excelente bolachinha com a assinatura personalíssima da banda e de volta à estrada com o set list apresentando o novo álbum na íntegra.
E, finalmente, mais um trabalho -'XV'- recém saído do forno, e que só consolida a grande reputação de Doug, Ty e Jerry pois conseguiu bater, em sua semana de lançamento, as vendas do novo álbum ('Good To Be Bad', já postado aqui no G&B) do Whitesnake.
Para quem não conhece a King's X e não sabe por onde começar, um conselho: deguste 'Live All Over The Place' e tenho certeza que acabará baixando o restante.


Out Of The Silent Planet(88)



Gretchen Goes To Nebraska(89)



Faith, Hope, Love(90)



King's X(92)



Dogman(94)



Ear Candy(96)



Tapehead(98)



Please Come Home...Mr. Bulbous(2000)



Manic Moonlight(2001)



Black Like Sunday(2003)



Ogre Tones(2005)



XV(2008)


Live All Over The Place(2004)

CD 1 CD 2


publicado por wlasol às 20:10
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